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A Poluição do Ar e o
Desequilíbrio do Clima Efeito
Estufa, Aquecimento Global e Mudanças Climáticas As Mudanças Climáticas Globais representam um dos maiores desafios da humanidade. |
O efeito estufa é um
fenômeno natural indispensável para manter a superfície do planeta aquecida. Sem ele, a
Terra seria muito fria, cerca de -19ºC. Os gases do efeito estufa são capazes de reter o
calor do Sol na atmosfera, formando uma espécie de cobertor em torno do planeta,
impedindo que ele escape de volta para o espaço.
Este fenômeno se torna um problema ambiental, quando a emissão de gases do efeito estufa
(como o gás carbônico, o metano e o óxido nitroso), é intensificada pelas atividades
humanas, causando um acréscimo da temperatura média da Terra, conhecido como Aquecimento
Global.
O frágil equilíbrio natural do clima foi
rompido com a revolução industrial. A temperatura global média aumentou
0,74ºC entre 1906 e 2005. Os anos mais quentes ocorreram de 1995 para cá. Segundo o
relatório de pesquisas dos cientistas do IPCC
- Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (fev. 2007) :
- não restam dúvidas de que o aquecimento do planeta está sendo provocado pela ação
humana;
- a temperatura média do planeta
subirá de 1,8ºC a 4ºC até 2100 (3ºC em
média);
- furacões e ciclones terão mais força;
- as áreas de seca devem se expandir;
- teremos ondas de calor mais intensas, mais inundações;
- o nível do mar deve aumentar entre 20 e 60 centímetros até o fim do século, sem
levar em conta os efeitos prováveis do degelo dos pólos;
- metade de todas as espécies animais estarão sob risco de extinção no fim do século
21.
O possível impacto
do aquecimento global no Brasil
previsto por pesquisadores brasileiros do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)
:
- Nos próximos anos, as regiões Sul e Sudeste vão sofrer com chuvas e inundações cada
vez mais freqüentes.
- A floresta Amazônica pode perder 30% da vegetação, por causa de um aumento na
temperatura de vai de 3ºC a 5,3ºC até 2100.
- No Nordeste, até o fim do século, a variação deve ficar entre 2ºC e 4ºC.
- O nível do mar deve subir 0,5 metro nas próximas décadas e 42 milhões de pessoas
podem ser afetadas.
- O aumento na temperatura no Centro-Sul do país deve ser de 2ºC a 3ºC, aumentando a
força das tempestades.
O Brasil precisa de um plano nacional de mudanças climáticas englobando vulnerabilidade,
impactos e adaptação.
A concentração de gás carbônico ou
dióxido de carbono (CO2) na atmosfera cresceu principalmente pelo uso de
combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás natural) em termelétricas, indústrias,
automóveis e também pela devastação e queima de florestas.
O CO2 é o gás que mais contribui para o aquecimento global. O gás carbônico emitido
hoje permanece na atmosfera por um longo relativo tempo (cerca de 100 anos).
OS MAIORES POLUIDORES
Os países industrializados
são os maiores responsáveis pela emissão de gás carbônico na atmosfera. A maior parte
da degradação foi causada (historicamente) pelos países desenvolvidos.
Os EUA com 4% da população mundial, são os responsáveis por mais de 20% de todas as
emissões globais de gases do efeito estufa.
Através do Protocolo de Kyoto, acordo internacional promovido pela ONU,
em vigor desde fevereiro de 2005, vários países industrializados se comprometeram a
reduzir em 5% as emissões de gases do efeito estufa até 2012 em relação aos níveis de
1990. O governo do presidente George Bush se recusou a assinar o tratado. Contrários a
esta decisão, prefeitos de centenas de cidades americanas assumiram compromissos para
reduzir suas emissões.
Para atingir suas metas, os países ricos podem contar com o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que permite a compra de créditos de carbono dos países em desenvolvimento, como o Brasil, adotando projetos que comprovadamente reduzam as emissões de gases de efeito estufa nos setores energético, de transporte e florestal (contempla o plantio de árvores mas não a conservação de florestas já existentes).
Os países desenvolvidos que mais emitiram gás carbônico em 2004 foram nesta ordem : EUA, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido, Austrália, Itália, França, Espanha e Polônia. Os dados são do documento oficial da Convenção de Clima das Nações Unidas, 2006. (UNFCCC)
Considerando todos os países, os que mais contribuem para o efeito estufa são : EUA (20%), China (15%), União Européia (14%), Rússia (6%), Índia (5,6%), Japão (4%), Alemanha (3%), Brasil (2,5%), Canadá (2,1%) e Inglaterra (2%). Fonte : World Resources Institute (2005).
A China superou os EUA em emissão de CO2 em 2006, por 7,5%, segundo a Agência de Avaliação Ambiental da Holanda. Os países desenvolvidos transferem muita indústria manufatureira para a China. O país com uma população de 1,3 bilhão, emite cerca de 4,7 toneladas de CO2 por habitante, contra 19,2 toneladas nos EUA.
A demanda global
por energia subirá muito nas próximas décadas devido a ascensão econômica da China e
da Índia, países que reúnem 40% da população mundial. As duas nações tem como
principais fontes o carvão mineral (energia "suja"). Uma alternativa é o
desenvolvimento de novas tecnologias que utilizam a biomassa.
O Brasil se baseia principalmente nas hidrelétricas para gerar energia
(limpa), mas consideradas as emissões totais de gases do efeito estufa liberados pelas
queimadas e pela agropecuária, o Brasil é um dos maiores poluidores.
O país necessita conter desmatamentos e queimadas. Uma das funções das florestas
é absorver gás carbônico da atmosfera através da fotossíntese, promovendo o sequestro
de carbono. No Brasil, as queimadas na Amazônia respondem pela maior parte das emissões
de gases que produzem o efeito estufa. Esta
gigantesca região necessita de medidas de conservação. Quando se derruba uma árvore, o
gás carbônico que estava estocado nela vai para a atmosfera.
Embora tenha 45% da energia
originada de fontes não-poluentes e da produção de biocombustíveis, o Brasil precisa
de uma política pública eficaz contra o desmatamento para impedir o aumento das
emissões de gás carbônico. Atualmente, o Brasil é o quarto emissor de gás carbônico
do mundo, despejando cerca de um bilhão de toneladas por ano, segundo o Ministério de
Ciência e Tecnologia. As razões desse volume não estão nos veículos ou nas chaminés
das fábricas. Isso porque 75% das emissões do principal gás causador do efeito estufa
são provocadas pelas derrubadas de árvores. (Agência Brasil 02/07/07).
No setor de energia, o Brasil teve importantes iniciativas ao desenvolver o programa do
álcool e biodiesel, além de possuir grande potencial para a implementação de sistemas
de energia solar, eólica e de aproveitamento de biomassa.
A queima de combustíveis fósseis é a principal causa do aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera e os impactos do aquecimento global ameaçam as florestas. O ambiente quente e seco fica mais vulnerável ao fogo. Se o mundo não for capaz de controlar a emissão de gases poluentes, a floresta Amazônica entrará em colapso. Grandes porções da floresta se tornarão área de cerrado (processo de savanização) e causará uma grande perda de biodiversidade.
Segundo o WWF, "o motor hidrológico da Amazônia tem um grande papel na manutenção do clima global e regional. A água liberada por plantas na atmosfera e por rios no oceano influencia o clima mundial e a circulação das correntes oceânicas".
Em média, cada americano é responsável pela emissão de cerca de 22 toneladas de dióxido de carbono por ano, de acordo com as estatísticas das Nações Unidas, um número per capita muito maior do que em qualquer outra nação industrializada, onde a média de emissão é de 6 toneladas de dióxido de carbono por pessoa.
OUTROS GASES DO EFEITO ESTUFA
O metano, gás do efeito estufa, responde por um terço do aquecimento do
planeta. A sua capacidade de reter calor na atmosfera é 23 vezes maior que a do gás
carbônico. Cerca de 28% das emissões mundiais desse gás vêm da pecuária. O gado envia
milhões de toneladas anuais de metano para a atmosfera (ruminação, fermentação
intestinal, esterco). O metano também é liberado na queima de gás natural, em campos de
arroz inundados, em aterros e lixões (decomposição de resíduos orgânicos), no esgoto,
na queima do carvão e de material vegetal, entre outros. O metano permanece ativo na
atmosfera por 12 anos.
Segundo relatório da FAO (nov. 2006), a pecuária prejudica mais o ambiente
que os carros.
Os clorofluorcarbonos (CFCs) produzidos pela indústria química, também são gases que provocam o efeito estufa e destroem a camada de ozônio que protege a Terra contra os raios nocivos do sol que provocam danos na vegetação e câncer de pele em humanos. Devido a um acordo internacional, o Protocolo de Montreal, que determina a eliminação de todas as substâncias que destroem a camada de ozônio, os CFCs foram banidos de refrigeradores, condicionadores de ar e aerosóis. Com este esforço global, cientistas esperam uma recuperação lenta da camada de ozônio, porém a situação na Antártica vem piorando nas últimas décadas.
A presença média de CO2 registrada durante o ano de 2005 na atmosfera terrestre foi 35,4% acima do que havia em tempos pré-industriais. Já a concentração de óxido nitroso aumentou 18,2% desde o século 17, gerada principalmente pela queima de combustíveis fósseis, biomassa, pelo uso de fertilizantes e em processos industriais. A presença do metano na atmosfera terrestre cresceu 154,7% desde o início da era industrial. Estes dados são do boletim publicado pela OMM - Organização Meteorológica Mundial, vinculada à ONU.
O PLANETA APRESENTA SINAIS DE FEBRE
Aumento recorde da
temperatura, derretimento de geleiras, elevação do nível dos oceanos ameaçando cidades
próximas ao nível do mar, desertificação, maior número de incêndios florestais, o
aumento da força e da frequência de tufões, ciclones e furacões devido ao aquecimento
das águas dos oceanos (como o Katrina que destruiu Nova Orleans), entre outras
evidências. O aquecimento fez diminuir em 20% a calota polar Ártica nas últimas 3 décadas. A ilha Groelândia vem perdendo gelo para o mar em volume elevado e as rachaduras vêm desestabilizando parte das geleiras. Blocos de gelo do tamanho de pequenos países têm se desprendido da Antártida. O verão de 2003 na Europa foi o mais quente dos últimos 500 anos e ocasionou milhares de mortes atribuídas ao calor. |
Em 2004, chegou ciclone no litoral sul do
Brasil desabrigando mais de 33.000 pessoas e causou prejuízos de mais de R$1bilhão.
Houve seca na Amazônia em 2005 influenciada pelo aumento da temperatura na superfície do
Atlântico, isolando 35 municípios. Inúmeras embarcações ficaram encalhadas.
O total de áreas atingidas por secas dobrou em 30 anos. Os desertos avançam. Cientistas
britânicos do Instituto Hadley calculam que, até o ano 2100, um terço do planeta vai
virar deserto.
A poluição do ar provocada principalmente pela queima de combustíveis fósseis, mata 2
milhões de pessoas ao ano, segundo a OMS - Organização Mundial de Saúde.
Os oceanos absorvem um terço do gás carbônico que jogamos na atmosfera e estão se tornando mais ácidos, ameaçando os corais e a biodiversidade marinha.
Os efeitos climáticos
tendem a ficar mais frequentes e extremos.
O aquecimento crescente poderá provocar entre outras consequências : incêndios
florestais de difícil controle, alteração nos regimes das chuvas, avanço do mar sobre
os rios e o litoral, escassez de água potável, destruição de habitats e a consequente
perda de biodiversidade (acentuada extinção espécies afetando ecossistemas),
perdas agrícolas, mais fome, migrações de comunidades vulneráveis (problemas sociais)
e ameaças à saúde das pessoas (dengue, malária, desnutrição, doenças por contato
com água contaminada).
No filme "Uma Verdade
Inconveniente" lançado em 2006, Al Gore (EUA) alerta que a humanidade está sentada
numa bomba relógio. Ele diz que temos apenas dez anos para evitar uma enorme catástrofe
que pode alterar todo o sistema climático do nosso planeta, e que resultará numa
destruição épica - uma catástrofe criada por nós mesmos.
O filme mostra que a concentração de CO2 na atmosfera hoje é maior do que em qualquer
outro momento dos últimos 600 mil anos. Estudos demonstram que altas concentrações de
gás carbônico na atmosfera vem acompanhadas por períodos quentes no planeta.
A falta de iniciativa custará à economia mundial entre 5% e 20% do Produto Interno Bruto, enquanto reduzir as emissões de CO2 agora representaria apenas 1% do PIB, segundo o Relatório Stern, do governo britânico. Se a mudança climática for ignorada, poderá causar uma catástrofe econômica comparável a uma guerra mundial.
O problema exige mudanças em muitos hábitos de consumo. Os cidadãos em todo o mundo, enquanto eleitores, tem o poder de pressionar seus governos a impor limites para as emissões e a adotar fontes de energia renováveis.
A Terra pede socorro. Precisamos agir já.
Não dá para adiar medidas urgentes.
Músicas relacionadas ao tema.
Dicas para reduzir a poluição do ar e os impactos das alterações climáticas .
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Como entender o caos no clima mar. 2007
Como será a terra no futuro? fev. 2007
Caos no clima do mundo jan. 2007
Emissões de gás carbônico jan. 2007
O avanço do nível dos oceanos jan. 2007
Ameaça a animais e plantas jan. 2007
As conseqüências do aquecimento global para o Brasil nov. 2006
Saiba mais : Ministério da Ciência e Tecnologia MCT
(Protocolo de Kyoto), Mercado
Carbono, CPTEC, Ambiente
Brasil, WWF, Green Peace e Manual do Crédito de Carbono.
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